E se, o se fosse verdade, apenas pela possibilidade, no caso de ser pensado
Se os nós do pingo d’água, se transformassem em lágrimas vertidas em dor
E, se as lágrimas, oceanos particulares, fossem suficientes para afogar mágoas
Então, o tempo, algoz dos amantes distantes, em punho teria os chicotes
E as costas, de peso íngrime, teriam as chagas da desventura
O rubro suco regaria a terra, e a fertilidade seria garantida
Pelo veneno da tinta, pela paixão maldita
Pior que o pensar, é a dúvida do saber,
De no caso, na possibilidade, daquele ser
Portador das setas de Eros, teu amor reconhecer
E se nem Psiqué, bela e pura, vestida de formosura
Em teus olhos pode penetrar
Quem dirá eu. Reles humano, poria-te em meu altar
Profano, como a criar semideuses
Meio-humanos, meio-bichos, com sopro de ar
Ao pé do ouvido, a suspirar, a suplicar...
Mais uma vez, toma-me! Se, o se fosse verdade.
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