No dia em que rasguei o véu de minha ilusão, comecei a busca pelas causas primárias de minha existência, iniciei uma busca pela matriz de todas as coisas que podem ser observadas pelos sentidos comuns, ou não.
Na noite de minha existência todos os segundos pareciam ser os últimos; únicos e absolutos, era necessário aproveitar cada um deles com profundo gozo, antes que viesse a morte e ceifasse minha vida, e logo após tornaria a ser o que fui antes de nascer, nada. Este era motivo de grande aflição, o fim desesperador, a extinção de uma consciência.
Teria eu vindo do nada e ao nada retornaria? Não seria possível, o corpo físico que carrego não surgiu do nada, fora formado basicamente, e secundariamente por matéria de estrelas, e realmente posso estar carregando um pedaço de árvore, de qualquer vegetal, de mineral, de animal, esta árvore pode ter absorvido minerais, ou matéria orgânica de outras pessoas. Mas além de tudo isso, desse círculo infindável, deve ter surgido um início. O primeiro de todos, de onde veio? Como veio?
Como parece ser impossível responder a estas perguntas em nosso atual patamar consciencial, buscamos causas secundárias, terciárias, e assim por diante, mas causas que antecedem o resultado. Como o resultado possui quase infinitas causas que remontam desde o “início dos tempos”, a análise deve ser feita de maneira retrospecta.
Nasci no dia sete de novembro de 1984, na cidade do Rio de Janeiro, mas onde estava antes disso? Não creio que metade de mim estivesse com meu pai e outra metade com minha mãe, esta é a penas a parte que se toca, a parcela óbvia que se vê; talvez tenhamos até mais de nossa mãe que de nosso pai, afinal é comum que passemos nove meses em contato direto com nossa matriz. Qualquer possibilidade de perda ou prejuízo desta matriz nos causa aflição, já com o pai não é na mesma intensidade.
De onde vieram os pensamentos? Como surgiu o raciocínio, a lingüagem, a empatia e a antipatia, é tudo baseado em que? Que causa? Algumas das últimas perguntas parecem ser mais simples de encontrar a causa (Resultado-X), as simpatias são causadas por afinidades de personalidade e o que está um ponto além, afinidade energética mesmo, mais profundo, não preciso provar isso cientificamente aos cientistas de plantão.
Eis um ponto crítico entre a alienação e a razão… Qual o limite entre o físico e o etéreo?! Quando e como o etéreo afeta no físico e com o físico afeta o etéreo? Do que é feito o pensamento? “Ondas eletromagnéticas”, será mesmo? Nosso conhecimento é tão limitado que não podemos dizer ao certo o que é certo e o que é errado, que loucura uma máquina que pensa sobre si mesma, uma coisa que busca seu código fonte, seu criador ou seja lá o que for. Se a psicosomatização é possível e lógica, qual o limite do impossível?
Por que convencionou-se dizer que o norte é norte e o sul é sul?! E se na verdade estivermos de “cabeça pra baixo”? Como podemos estar suspensos no meio do nada?! “Falta de gravidade”, ou será que este planeta é como uma grande bola boiando numa massa gigantesca e muito densa?! Quanto de energia deve ser condensada para formar matéria?! Quanto de pensamento deve ser potencializado para formar matéria? Quais as portas que nos serram no tempo? Onde estão as cordas para esticar a linha que nos prende? Quem fez isso tudo? E outra, com que razão fez isso tudo, não lhe parece coincidência demais a organização da natureza? Que força tão potente é essa em que estamos inseridos?
Que os céticos me queimem na fogueira, mas por mais que pesquisem, chegará um ponto de nossas pobres inteligências em que não poderemos mais negar que todas as impossibilidades e possibilidades se fundem de uma maneira tão estrondosa, e talvez tão simples, que só podemos resumir a causa primária, a matriz, a uma simples palavra utilizada desde que o homem começou a rasgar o véu de sua ignorância. DEUS, talvez não seja á toa que num livro bem velho, algum homem tenha escrito o que supostamente deus teria dito. “Eu sou o alfa e o ômega”, o início leva ao fim, e como o fim é o início, tudo é tudo, é TAO.