terça-feira, 30 de março de 2010

Despedidas



Despedidas são pequenas mortes, 
quando o momento se aproxima, o coração infla e, o corpo sente a dor. 
As lágrimas não encontram lugar para serem vertidas, 
A garganta se contrai e, um profundo suspiro se forma, 
como combustível que alimenta as lembranças de momentos passados,
os felizes e os tristes, os carinhos e brigas.
A música que marcou determinado momento, 
toca ao mesmo tempo em que o vento trás ao olfato o cheiro que não é seu,
mas que esteve impregnado em seu corpo por tanto tempo
Então as lágrimas encontram um canal para desembocar.
Rolam pela face dura de uma imagem que aparenta ser rígida, 
descubro que sou humano e que amo, 
que tenho sentimentos e que eles doem. 


Despedidas são pequenas mortes,
onde os corpos são postos num grande campo,
com os rostos virados ao Sol, num local de fácil acesso
com códigos específicos que apenas você sabe o caminho. 
Rostos e vozes que, provavelmente jamais tornarei a ver e ouvir em minha vida,
mas que deixamos uma cópia em nossos cemitérios secretos. 


Despedidas são pequenas mortes,
que darão origem à vida, 
e ela que nos impulsiona a continuar o caminho sem medo, 
mesmo tendo cada vez mais consciência de que,
as despedidas são pequenas mortes inevitáveis.


Clayton Fernando / 2004



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