sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Que tempo é esse?

Tantas coisas acontecem nessa vida, que as vezes sinto urgência de viver. E outras vezes me sinto como uma criança do interior assistindo o movimento frenético do Largo da Carioca num dia de semana. Tudo passa tão rápido que quando finalmente consigo estender minha mão, apalpo o vazio.


Quando penso que é dia, já chega a noite, quando penso que é frio já estou molhado de suor. Quando acho que sou homem já me tornei mulher, quando pensei que fosse criança já havia me tornado um homem. E quando percebi que amei, o amor já estava se despedindo.

Já passei por tantas casas, conheci tantas pessoas de todos os tipos e ofícios, pessoas que serviriam pra todo tipo de coisa num mundo em que o que conheci como pessoa, não passa de objetos aplicados a uma função específica num determinado momento. Cada mais mais distantes, mais reduzidos. A tecnologia me obriga a escrever cada vez menos, a me reduzir, a ser sintético?! A síntese demasiada me destrói e não sei o que dizer.

É... certamente eu sou de outro tempo, outro mundo, e caí nesse de paraquedas, já que inclusive as lembranças dessa vida já me parecem lembranças de séculos, e minhas duas décadas e pouco de encarnado já me colocam tão fora do contexto do tempo da maioria. Tempo é um estado mental conjunto em que as pessoas em geral se alinham e ficam em transe, sugando-se mutuamente, cultivando-se, alguns alienando-se... pois na verdade nascemos sozinhos, vamos permanecer assim até o fim da vida, e da mesma forma passaremos pro outro lado. E no meio de tanta coisa estranha, me pergunto... “o que eu vim fazer aqui mesmo?” tanta coisa acontece nessa vida que fico sem saber o que acontecer.

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