sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O tempo passa



O tempo passa,


Vejo-o da sacada, em minha rua vazia,


onde somente o tempo passa,


Somente eu e ele





Tão impetuoso que deixa marcas em minha pele


Tão triste que deixa o sal na minha face


Tão fugaz que me deixa sem chão





Enquanto passa sorri pra mim,


como se pudesse conter aquele sorriso


Tempo, por que me castigas


Não me diga mais quantos anos tem





Tortura os meus dias que nem sei mais quantas horas possuem


Você levou aqueles que muito amei e não permite que retornem


Você prende meu desejo com correntes invisíveis





Mas seu peso é tamanho que mal posso caminhar


Levou minha juventude antes que pudesse florescer


Diga-me, por que passa por aqui?


Vá para longe, afasta-se





Quero sentir a vida correndo em minhas veias,


Mas ainda assim, sei que estará misturado em seus fluidos


Você é o culpado da minha fraqueza, da minha paciência


O maior causador da minha tranquilidade e de minha insanidade





O tempo passa, passa por minha rua


Entra em minha casa, deita-se comigo, me ensina,


me vive, me mata, me some, me esquece.





2 comentários:

  1. Nossa! Tô sem fôlego! divino poema Calyton...parabéns!!!

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  2. Nesse tempo passei por aqui. Gostei de sua conversa com ele (o tempo).

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